Não fora das mais auspiciosas viagens, aquela que a Dinastia Bourbon empreendeu desde Lisboa, fugindo de Napoleão, em 1808. Foram antes três meses que só seriam menos amaldiçoados que sua chegada em Salvador e a posterior viagem pela costa até o Rio de Janeiro.
Promessas de idílicas paisagens e flora paradisíaca… nada disso, contudo, sensibilizou uma Família Real alquebrada, doente e infestada de piolhos!
Acostumados ao requinte e sofisticação próprios do Velho Mundo, a Corte Lusitana tivera de aguardar dois anos até que desembarcasse no Rio de Janeiro Louis Pharoux, o herói de Marselha, que lutara ao lado de Napoleão até que terminou por exilar-se nos trópicos para começar vida nova.
Decidiu-se Pharoux por construir ali mesmo, na Rua Fresca, próximo ao Largo do Paço – que viria a chamar-se Praça XV – o luxuoso Hotel Pharoux o que, inevitavelmente, acabou por rebatizar o cais ali presente.
Fazendo parte importante do trajeto comercial marítimo britânico, o Cais Pharoux testemunharia o ir e vir barcos, navios, cargueiros e, eventualmente, em meados do Século XIX, submersíveis, naus de hasteio e dirigíveis, enriquecendo a cidade e glamourizando a vida do homem branco, abastado e corrupto na Capital do Império.
A história do Cais Pharoux se mistura a história do Rio de Janeiro e com a história dos poderosos, não deixando contudo de fazer parte do cenário carioca de interesses escondidos e tramas inconspícuas.
Encravadas em meio a mar, montanha e floresta, cidades esparsas mas promissoras gozavam do clima dos trópicos enquanto um jovem e fascinante Imperador dava de si o melhor para controlar uma aristocracia de poucos que conspirava e maquinava sua ascenção.
Uma nação de um punhado de lisboetas e alguns tantos descendentes de europeus cercados de negros escravos por todos os lados, contrastes de todos os tipos e uma ainda distante e tímida noção importada de que, talvez, todos os Homens fossem iguais.
Vulnerável às maquiavélicas investidas inconspícuas de ordens e sociedades das mais diversas, empenhadas em estabelecer seu domínio por sobre a terra nova que, o país passava pelas consequências do recente sucesso na erradicação do Absolutismo no resto do mundo.
Enquanto isso um punhado de damas e cavalheiros divisavam, naquele jovem Brasil, algo que os que exploravam suas riquezas jamais conseguiriam perceber: tratava-se de um “País do Futuro”, com recursos suficientes para se tornar uma relevante nação, mas que, fora do olhar vigilante e dos esforços de cidadãos engenhosos e admiráveis, talvez jamais viesse de fato a despertar de seu berço esplêndido.
O Brasil do Amanhã precisava dos filhos de seu solo para um dia vir a Ser…
“Crônicas Póstumas” é um universo ficcional criado por Bruno Accioly, inspirado na obra de Machado de Assis e que guarda afinidade com a ficção científica de autores como Julio Verne, H.G. Wells e Mary Shelley.
Nele, figuras históricas e personagens fictícias dividem a cena do Brasil do Século XIX em um período cheio de revoluções, conspirações e maravilhas verídicas ou imaginárias.
A concepção, criação e desenvolvimento da vasta e fascinante quantidade de elementos de “Crônicas Póstumas” parte de uma pesquisa profunda e abrangente da realidade e conjuntura do Brasil Imperial e do resto do mundo, buscando alcançar um equilíbrio entre o lúdico e a História.
A Noveleta piloto de nome “O Grande Desapontamento” – que marcou o lançamento de “Crônicas Póstumas” – já foi lançada e está disponível no item de menu “Biblioteca”, neste site.
Está programada a publicação de uma série de narrativas a serem lançadas a partir de Janeiro de 2015, seguidas de Contos e MiniContos até 21 de Junho de 2015.
O livro tem seu lançamento marcado para fins de 2015.
Bruno Accioly tem formação acadêmica em Tecnologia da Informação, Projeto Gráfico e mais de 17 anos de experiência profissional nestas áreas, tem como especialidade a interação homem/máquina, o que o influenciou muito no que se refere a sua visão crítica sobre a relação entre ontologia e tecnologia.
Editor do site SteamPunk.com.br desde 2007, co-fundador do Conselho SteamPunk em 2008 e da Sociedade Retrofuturista em 2010, vem se empenhando na promoção e produção de ficção científica do Século XIX no Século XXI através do planejamento de expansão, da produção de webSites e da articulação de mídia da organização.
Através de sua empresa dotweb.com.br é responsável não só por boa parte das iniciativas do Conselho SteamPunk, mas também pela concepção, projeto, implementação e gestão de empreendimentos em prol da produção literária nacional através de redes sociais como o aoLimiar.com.br, o ficcionista.com.br e o ambicioso projeto narra.com.br.
Eterno aspirante a escritor em um mundo onde muitos acreditam só ser escritor quem publica suas obras em papel, Bruno Accioly é um entusiasta da noção de que o meio digital é um dos caminhos para evitarmos o consumo desenfreado dos recursos naturais de um planeta saqueado.
Consciente de que, apesar dos notórios benefícios do progresso tecnológico na produção cultural, há profundas e infelizes consequências inerentes a esta influência, vem trabalhando independentemente para engendrar meios que tornem viável um processo editorial digital que contorne os revezes e deficiências deste meio ainda jovem.
Nascido a 21 de Junho de 1971, no mesmo dia e mês do próprio Machado de Assis, o autor se esforça no sentido de honrar a memória do magnífico escritor das obras que inspiraram o universo de “Crônicas Póstumas”:
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”; e
“Quincas Borba”.
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